A Pedra da Memória, projetada em 18 de agosto de 1841 em homenagem à maioridade do Imperador D. Pedro Il, pelo Tenente-Coronel do Imperial Corpo de Engenheiros José Joaquim Rodrigues, foi colocada na frente do portão do antigo Quartel do Campo do Ourique, que ficava nas imediações da atual praça do Panteon.

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○ monumento “Pedra da Memória” por sua importância histórica e cultural foi protegido juridicamente através dos tombamentos federal e estadual, fazendo parte do:
- Conjunto arquitetônico e paisagístico da cidade de São Luís, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, através de sua inscrição no Livro de Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico sob o n° 64 e sob o n° 513 no Livro do Tombo das Belas Artes, conforme determina o Decreto-lei n° 25 de 30 de novembro de 1937;
- Conjunto histórico, arquitetônico e paisagístico do centro urbano de São Luís, tombado pelo governo do Estado do Maranhão, através do Decreto Estadual n° 10.089 de 06 de março de 1986, publicado no Diário Oficial de 15 de dezembro de 1986 com o n° 240, Processo SECMA n° 0689, de 26 de julho de 1983, inscrição n° 37 no livro de tombo às folhas 8 em 16 de dezembro de 1986 desde 1986;
- Perímetro urbano inscrito na Lista do Patrimônio Cultural Mundial pela UNESCO em 07 de dezembro de 1997 e; perímetro urbano inscrito como Zona de Preservação Histórica conforme Lei municipal 3253, de 29 de dezembro de 1992, a qual dispões sobre zoneamento, parcelamento, uso e ocupação do solo urbano de São Luís/MA.
Sobre sua História
Em 1943, durante o governo do interventor Paulo Ramos, foi realizada uma completa reforma no Campo do Ourique e o Quartel foi demolido para dar lugar ao atual prédio do Liceu Maranhense, A Pedra da Memória foi desmontada, e assim permaneceu por quatro anos, quando o escritor Joaquim Luz liderou a campanha para sua remontagem em 1950 no baluarte de São Damião, emoldurada por dois canhőes do antigo Forte São Luís, durante o governo de Sebastião Archer e do prefeito Antônio da Costa Rodrigues
O monumento “Pedra da Memória” foi projetada em 18 de agosto de 1841, como homenagem à maioridade e sagração do Imperador D. Pedro II, pelo Tenente-Coronel do Imperial Corpo de Engenheiros, José Joaquim Rodrigues Lopes, português, chegado de Lisboa à São Luís em 1827, que já havia prestado relevantes serviços ao Maranhão no planejamento e direção das obras dos faróis de Santana (1832), Itacolomim (1839), Cais da Sagração, Fonte das Pedras e Fonte do Mamoim. A pedra inaugural foi lançada no dia 15 de setembro de 1841, em sua localização original, ou seja, na frente do portão da retaguarda do Quartel de Guarnição Federal do Campo do Ourique (nas imediações da atual Praça Deodoro, antigo Parque Urbano Santos). “…foi colocada em distância de 10 palmos abaixo da superfície da terra a pedra fundamental, de cantaria portuguesa, tendo em uma face quadrada a inscrição:
‘Foi lançada pelo Exmo. Sr. Dr. João Antônio de Miranda, presidente da província. 1841. 15 de setembro’ “
Três anos depois de lançada a pedra fundamental, o monumento ficou pronto com as seguintes características:
“… uma pirâmide de mármore branco raiado de azul, de quatro faces, 15 palmos de altura, apoiada sobre quatro esferas, que descansam sobre um plinto superior a um pedestal de ordem coríntia, assentado em três séries de degraus, que se desenvolvem no sentido dos quatro rumos gerais do globo. A elevação desta pirâmide é de 36 palmos. Numa de suas faces estão as armas brasileiras primorosamente abertas em relevo, e, na face do pedestal, correspondente às armas, está esculpida a seguinte legenda:
‘Á memoria da coroação de S. M.I. o Sr. D. Pedro II, I. C. e P. D. do B. Erigem este monumento os membros do exército, que na provincia estão sendo presidente o Illm.Sr.Coronel Francisco José Martins. 1841.”
Provavelmente nesse mesmo ano, mas após a inauguração, foi incluída mais uma inscrição no monumento:
“Com.me das armas o Illmo.Sr.Coronel Francisco Joze Martins / 1841”.
Vista da Pedra da Memória em 1922, ainda em sua localização original (Campo do Ourique). As notícias da época revelam o clima de euforia com a sagração do novo Imperador é evidente. Na primeira página do Jornal Maranhense de número 27, o fato é noticiado com destaque pelo presidente provincial: “Na tarde do dia 15 houve nova e magnífica parada no campo de Ourique, para onde ainda concorrerão as pessoas mais gradas da capital, e imenso povo, ahi tive a honra ainda de lançar a pedra fundamental para uma Pyrâmide, que a corporação Militar inaugurou à Sagração de S. M. o Imperador”. (JORNAL MARANHENSE, anno I, n. 27, 1841, p. 1)
Cerca de um século mais tarde, em 1943, durante o governo do interventor Paulo Ramos, foi realizada uma completa reforma no Campo do Ourique. Nessa ocasião, o Quartel de Guarnição Federal foi demolido para dar lugar ao atual prédio do Liceu Maranhense e a Pedra da Memória foi desmontada a fim de ser erguida, novamente, em uma grande praça ainda a ser construída ou entregue ao Comando do 24° Batalhão de Caçadores, que teve seu quartel construído no bairro do João Paulo. Entretanto, o monumento permaneceu desmontado por mais de quatro anos. Se não fossem os esforços do escritor Joaquim Vieira da Luz, à frente do Diretório Regional de Geografia do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, que mobilizou e sensibilizou a comunidade e o governo municipal sobre a importância e o valor inestimável do monumento para a memória e história do Maranhão, com certeza o mesmo teria desaparecido. Como resultado da campanha a Pedra da Memória foi remontada em 1950, durante a gestão do governador Sebastião Archer e do prefeito Antônio da Costa Rodrigues, em sua localização atual, ao lado do início do Cais da Sagração, obra iniciada em 1841 em homenagem ao Imperador, e no centro do baluarte de São Damião, um dos dois baluartes semicirculares das extremidades da primeira muralha do Forte São Luís, que deu nome à cidade. Os dois baluartes de São Cosme e São Damião estão unidos pela primeira muralha do forte junto ao mar, medindo 154 metros de extensão. No início do século XIX, a muralha com os dois baluartes estava armada com 26 canhões.
O monumento, lavrado em mármore lioz português, de valor acentuadamente histórico, é marcado pela concepção em pirâmide, dentro dos cânones do racionalismo e naturalismo clássico, possuindo estrutura retangular em três estágios, encimando monumento de base retangular contornando ○ friso liso na parte inferior. Na parte posterior, placa em metal com inscrição encimando tampo recortado contornado por frisos sobrepostos rematando estrutura piramidal quadrifacetada sobre quatro pés em bolas; parte inferior do frontão escudo recortado em curvas e contracurvas com volutas contornado por lírios de café, tendo na parte inferior, laçarote, ao centro reserva circular contornada por estrelas centrando globo com faixa transpassada. Parte inferior, estrutura convexa. O Brasão representa o escudo das armas do exército imperial, definido pela esfera similar, sobre cártula, está sobre ramos de fumo e café, as riquezas nacionais à época.