São Luís te convida para um passeio cheio de devoção, história e cultura pelos seus terreiros de ancestralidade africana. Nessa experiência, você têm a oportunidade de mergulhar na história da formação africana da cidade, conhecer os mistérios e sentir toda a energia que estes lugares sagrados emanam. 

Tendo sua história enquanto cidade inscrita por meio da herança de diversos povos, entre eles os africanos, São Luís abriga um grande número de terreiros e casas de religião afro. Aqui, elas multiplicam-se em centenas espalhadas por toda a capital, sendo que algumas delas, dada a sua importância histórica e precursora, se tornaram também pontos de visitação de turistas:

Casa das Minas

Na região do Centro Histórico (Rua São Pantaleão), a Casa das Minas (@casadasminasgegema) emerge como um templo de tambor de Mina que transcende sua natureza religiosa, tornando-se um portal para a história, cultura e espiritualidade que moldaram São Luís ao longo dos séculos.

Instalada em um imóvel hoje tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, a Casa das Minas foi fundada por Maria Jesuína, uma mulher africana escravizada na década de 1840. E é um verdadeiro tesouro arquitetônico, composto por dois casarões e um terreiro protegido. 

Com uma tradição matriarcal única, somente mulheres governam e podem ser possuídas pelos voduns, divindades cultuadas na casa. O “come”, área sagrada no coração da Casa, é acessível apenas mediante estritas exigências, proporcionando aos visitantes uma experiência espiritual autêntica e transformadora.

Atualmente, ambos os locais estão abertos exclusivamente para visitação, oferecendo aos visitantes a oportunidade de conhecer os espaços físicos e a rica história das práticas religiosas que ali ocorreram. O foco agora é preservar o valor cultural e histórico dos locais, permitindo que os visitantes apreciem o seu significado espiritual e arquitetônico.

Casa Fanti-Ashanti

Localizada no bairro do Cruzeiro do Anil, a 13 quilômetros do Centro Histórico, essa casa religiosa é considerada um espaço sagrado de Candomblé e Tambor de Mina. Fundada em 1954, sob a liderança do babalorixá Euclides Menezes Ferreira e Mãe Isabel de Xangô com Oxum, a Casa Fanti-Ashanti é uma referência no Brasil e além-fronteiras, enriquecendo o patrimônio cultural e religioso da nação.

Esta casa de culto da nação Jeje-Nagô mantém viva a chama da cultura e religião africanas, preservando rituais e crenças que remontam aos povos Fanti e Ashanti da antiga Costa do Ouro, atual Gana. Além dos rituais do Tambor de Mina e do Candomblé, a Casa Fanti-Ashanti (@casa.fanti.ashanti) celebra festas dedicadas a diversas entidades, incorporando elementos da pajelança, catolicismo popular e folclore local.

Como viver essa experiência em São Luís?

A pessoa que deseja realizar a visitação nestes locais pode conferir a programação das celebrações abertas ao público nos próprios canais de comunicação das casas religiosas nas redes sociais. Uma opção também é entrar em contato com a Central de Atendimento ao Turista (CAT), que além de prestar informações pode auxiliar no acesso a essa experiência.

Outra forma de visitar os terreiros durante a sua estadia em São Luís é por meio do Roteiro Quilombo Cultural. Essa experiência turística oferecida pela Secretaria Municipal de Turismo de São Luís, acontece uma vez por mês, e inclui visitação a dois terreiros localizados no maior Quilombo Urbano da América Latina: o Terreiro Ylé Ashé Obá Yzôo (@oba_yzoo) e o Terreiro Ilé Ashé Ogum Sogbô (@ileasheogumsogbo).

Uma oportunidade única de se conectar com as raízes profundas da cultura afro-brasileira, mergulhar na espiritualidade que transcende o tempo e apreciar a riqueza e diversidade das tradições presentes em São Luís.